19 de nov. de 2011

Para Hilda...


Mulher, o que é de sua vaidade - que é céu e inferno -
que é de sua verdade, de seu olhar terno
para meu enfermo centro, onde moro, onde latejo,
onde me demoro na ausência e pejo, onde te remôo entre
meus preconceitos, onde concebo o plausível e o imensurável...

Me abençoou com um alívio imemorial, águas lívidas de sua tez,
lágrima consensual, sal, suor, o sensorial; não mais.

Tudo o que se sabe é quem ousa defender o incognoscível,
tudo o que postulamos em nossos vãos devaneios - caindo, caindo -
e Hilda em sua cândida simetria realizou a dualidade intrínseca.

Desejo se ser outra, que não essa que me vem pela janela aberta,
brisa fria que arrepia minhas madrugadas alquímicas, o céu a refletir
a luz sanguínea das avenidas, fluxo ininterrupto, caos irreversível.

Desejo a via cardíaca, percorro em meu ritmo o caminho
que se propaga, nossa chaga, nossa pena, palavra que sangra
pela mesma fenda, senda, sanha, delícia e tormenta... Propaga-se...

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