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22 de jul. de 2013

Sobre o Amor e Outras Coisas


“A individualidade é bilateral, positiva e negativa; tem uma fase dinâmica e outra estática, e é, portanto, masculina e feminina, ou feminina e masculina de acordo coma relação existente entre “força” e “forma” em sua estrutura. A personalidade, porém, é unilateral e tem um sexo definido." (…) E diz ainda: “que a masculinidade e a feminilidade são sempre relativos nos planos internos, e tal como o vigor físico dos indivíduos que formam um par oscila num sentido ou noutro, o mesmo se pode dar com a sexualidade; assim, um homem pode ser puramente masculino em suas relações com uma mulher e puramente feminino, ou negativo, em suas relações com outra. A forma determina o sexo do indivíduo no mundo físico, porém a força relativa é a que determina nos planos internos; e este facto serve de chave para muita coisa”.

 Dion Fortune Marie-Louize Von Fraz
no seu livro Alquimia que também diz:

 “A experiência da anima para o homem e do animus para a mulher está de facto, inteiramente fora de uma experiência real com um parceiro humano. A extensão em que o parceiro humano desempenha um papel – apenas como uma imagem longínqua ou como uma conexão genuína – varia de caso para caso, mas essa experiência é a suprema experiência, que culmina na experiência de Si – mesmo.”

23 de jun. de 2013

A CISÃO DA CONSCIÊNCIA


A estrutura caracterológica do homem atual (que vem perpetuando uma cultura patriarcal e autoritária desde há entre 4 a 6 mil anos) caracteriza-se por um encouraçamento contra a natureza dentro de si mesmo e contra a miséria social que o rodeia. Este encouraçamento do carácter está na base da solidão, do desamparo, do insaciável desejo de autoridade, do medo, da angústia mística, da miséria sexual, da rebelião impotente, assim como duma resignação artificial e patológica. Os seres humanos adotaram uma atitude hostil àquilo que dentro deles mesmos está vivo, mas de que se afastaram. A origem desta alienação não é biológica, mas social e econômica e não é detetável na história humana antes do surgimento da ordem social patriarcal. 

 WILHEM REICH 
in: A Função do Orgasmo citado por 
Cacilda Rodrigañez Bustos, em O Assalto de Hades

4 de abr. de 2012

Mestre Rumi

- A NOITE DE NÚPCIAS (A UNIÃO) -

Esta noite iremos para o lugar da eternidade.
Esta é a noite de núpcias -
uma união que nunca acaba
do amante e do Amado.
Sussurramos doces segredos um para o outro
e o universo-criança
respira pela primeira vez
E então? Você deseja colocar seu pescoço no grilhão do amor?
Bem, então não reclame da dor e da dificuldade
Apenas vá em direção à isso com a mente calada
No final o seu grilhão enferrujado
Se transformará em uma corrente de ouro
Agora que você está livre deste mundo
O que o faz pensar
que pode permanecer separado dele?
Você não sabe?
No momento em que você se transformou na lua,
você se transformou na mais visível luz do céu
Meu coração se purifica na Sua doce água;
Agora meu amor desabrocha sem espinhos.
Eu ouço que esse amor
é a chave para cada coração.
Mas se não há fechaduras,
para que falar de chaves?
Você deseja a união?
União não é algo que pode ser encontrado no chão
ou comprada no mercado.
A união vem apenas às custas da vida
De outro modo, qualquer pessoa
poderia alcançar a união.
A cada passo que dou
me desfaço de mais um vínculo.
Eu dou uma centena de passos,
os véus caem,
O Amado aparece -
maravilhoso, radiante -
Estou ardendo em paixão!
Oh irmão, você não vê?
É por mim mesmo que eu me apaixono!
Oh Amor,
Quando procuro por você
Eu o encontro procurando por mim.
Quando olho em volta
Encontro os cachos de seu cabelo
em minhas mãos.
Eu sempre pensei que estava bêbado em seu vinho,
Agora eu descobri que seu vinho estava bêbado de mim.
Eu sou o espelho e a face nele.
Eu sou o som e aquele que o canta.
Eu sou a doença e a cura.
Eu sou a doce água
e o copo cheio até a borda.
Sem olhar
eu posso ver todas as coisas dentro de mim.
Por que eu deveria incomodar meus olhos
Agora que posso ver o mundo todo com os Seus?
Um dia nossas almas serão uma
E nossa união será para sempre.
Eu sei que tudo o que dou para você
volta para mim.
Então, eu lhe dou minha vida
esperando que seja Você
a voltar para mim.
Você pede lucro -
não fuja do freguês.
Você pede a lua -
não fuja da noite.
Você pede pela rosa -
não fuja dos espinhos.
Você pede pelo Amado -
não fuja de você.
Não procure por Deus,
Procure por aquele
que procura por Deus.
Mas por que procurar afinal?
Ele não está perdido,
Ele está exatamente aqui,
Tão próximo quanto o próprio ar.
O som maravilhoso
que vem do céu - sou eu.
A doce fragrância
que vem do jardim - sou eu.
A grande beleza
que vem do coração e da alma
Até que eu saia…espere!
Eu não posso sair - sou eu.
Estou preenchido com esplendor,
girando com seu amor.
Parece que estou girando ao seu redor
mas não - eu giro ao redor de mim mesmo.
Durante o dia eu rezava para você
e não sabia.
Durante a noite eu ficava com você
e não sabia.
Eu sempre pensei que eu era eu - mas não,
Eu era você
e não sabia!
Um passo em direção ao seu próprio coração
é um passo em direção ao Amado.
Nesta casa de espelhos
você vê muitas coisas -
Limpe seus olhos,
somente você existe.
Existe uma força interna
Que dá a você a vida -
procure-a.
Em seu corpo
Jaz uma gema sem preço -
procure-a.
Oh sufi andarilho,
se você deseja encontrar
o maior dos tesouros
Não olhe para fora,
Olhe para dentro e encontre-O.
Todo o meu falar é loucura,
cheio de sim's e não's
Durante muito tempo eu bati na porta -
quando ela se abriu eu descobri
que estava batendo por dentro!
Venha, por favor, venha
Seja você quem for
Religioso, infiel, herético ou pagão
Mesmo que tenha feito promessas uma centena de vezes
Mesmo que tenha quebrado suas promessas uma centena de vezes
Esta caravana não é a caravana do desespero
Esta porta está aberta para todos.
Venha, venha seja você quem for.

20 de nov. de 2011

- Yab_Yum -

- A_Unidade_dos_Mistérios -


Ainda que sujeito à degenerescência que todo o conhecimento se encontra em cada época e lugar, a vasta Sabedoria do Oriente não parece subordinado a meias-medidas, e os seus tesouros se mutiplicam nas diversas culturas ali existentes, sempre com um destaque todo especial para a Índia, a Bharata sagrada cuja essência é Sanat Dharma, a Verdade Eterna, uma sabedoria dotada do dom da globalidade.

Talvez por isto, é que os orientais não hesitaram em valorizar as parelhas divinas e apresentar os seus deuses junto a consortes, por vezes mesmo em posições sexuais, seguramente para muito além dos símbolos, sabedores como tem sido sempre de todas as dimensões do amor e da unidade inextrincável das polaridades no Universo. Muitos dos tesouros do Hinduísmo, migraram para outras religiões que ficaram assim de algum modo a ela incorporadas, como é o caso do Budismo em especial, cujo fundador acabou sendo incluído entre os avatares de Vishnu.

Ora, uma das formas mais originais de representar a Unidade dos Mistérios no Budismo, é através da parelha tântrica Yab-Yum (“Mãe-Pai”), representando a junção necessária do Método e da Sabedoria. A separação destas dimensões tem sido sempre uma verdadeira tragédia para toda a espiritualidade, gerando fanáticos religiosos de um lado, e feiticeiros ocultistas de outro lado. Esta dualidade do saber espiritual, se apresenta em outras tradições e sob novas interpretações, sendo também o Cálice e a Espada do celtismo cristão, ou mesmo a Óstia e o Cálice dos mistérios eucarísticos (já instaurados por Melquisedec, junto a Abrahão, cf. Genesis 14:18).

Naturalmente, a forma como se entende “método” e “sabedoria” no Budismo, pode variar de escola para escola (na esotérica linha Kagyu-pa, a prática é apoiada geralmente nas Seis Iogas de Naropa), como afinal dá margem acontecer a metafórica e esotérica “linguagem do crepúsculo” dos mistérios tibetanos, tal como também pode variar o entendimento do tantrismo segundo as diferentes ramas locais (via seca, via úmida, etc).

Todavia, o masculino se associa ao “método”, geralmente entendido como compaixão (karuna), os meios hábeis (upaya-Kausalya), enquanto que o feminino é a “sabedoria” (prajna), capaz de ser vista como o “vazio” (sunya) ou como as “Perfeições” (Paramitas ou “que leva à outra margem”), as seis vias éticas do Budismo Mahayana, a saber: dana (generosidade), sila (moralidade), shanti (paciência), virya (esforço), dhyana (meditação) e prajna (sabedoria). Por vezes se acrescentam outras quatro vias. A Sabedoria envolve a ética e a consciência própria, assim como a consagração da vontade, ao passo que o Método representa a técnica, geralmente associada à prática da meditação.

O recurso ao sistema budista Mahayana não é casual, pois tantrismo significa “enlaçar”, “combinar”, visando assim sínteses, do qual o próprio Yab-Yum pode ser considerado um símbolo maior. Vale lembrar também que, no Hinduísmo, o Yab-Yum representa o iogue tântrico ativando a força da shakty kundalini, cuja ascensão leva à iluminação plena, através dos métodos apropriados do ocultismo iogue e do redirecionamento da energia sexual.

A síntese dos Três Caminhos

Assim, a questão da Sabedoria já vinha sendo bastante trabalhado pela Escola Mahayana –o “Grande Caminho” ou a Escola do Lótus-, inclusive a busca de Sunya, sempre tão enfatizada pelo Zen Budismo. Devido à sua valorização especial (mas não exclusiva) do método ou da técnica ocultista, o Budismo tibetano também é conhecido como sistema Vajrayana ou “o Caminho Veloz”, que é a Escola da Jóia (vajra), não obstante às vezes ser considerado como uma variante do Mahayana que enfatiza a questão do método e a busca da iluminação. O que também representa uma meta sabida da Escola Original do Budismo, o Theravada ou “Antigo”, chamado Hinayana ou “Pequeno Caminho” pelas outras Escolas, que por vezes também o designa como “O Caminho do Olho”, quer dizer, uma concepção mental, mais voltada para a busca da auto-salvação.

Nos comentários de “A Voz do Silêncio”, de Helena P. Blavatsky, temos as seguintes considerações: «As duas escolas da doutrina do Buddha, a esotérica e a exotérica, são chamadas respectivamente: Doutrina do ‘Coração’ e Doutrina do ‘Olho’. Bodhidharma (um grande Arhat) as denominou na China (desde onde chegaram os nomes ao Tibet) Tsung-men (escola esotérica) e Kiau-men (escola exotérica). A primeira é chamada assim por razão de ser os ensinamentos emanadas do coração de Gautama Buddha; enquanto que a doutrina do ‘Olho’ foi obra de sua cabeça ou cérebro. A ‘Doutrina do Coração’ é denominada também ‘selo da verdade’ o ‘verdadeiro selo’, símbolo que se encontra encabeçando quase todas as obras esotéricas.»

Bodhidharma foi um monge budista indiano que introduziu a meditação budista na China no século V d.C., ficando conhecido como criador do Zen Budismo, o qual recebe não obstante uma nítida influência local taoísta. Assim, esta tradição antecede a própria fundação do Tibet, e apesar do Budismo Vajrayana haver sido codificado no norte da Índia mesma (talvez na própria época do primeiro patriarca do Zen), ele ainda não entraria nas primitivas considerações sobre o Caminho. O Vajrayana também é conhecido como Budismo Esotérico, Tantrayana por empregar os Tantras e como Mantrayana, por valorizar o Mantra, essência sonora da técnica ocultista, sempre muito explorada no Tibet.

A partir disto tudo, podemos facilmente associar as Escolas do budismo aos grandes princípios místicos de Som, Luz e Amor, aos quais estruturam a Mônada e definem a base das três iniciações humanas. A iluminação completa apenas pode ser alcançada através da conjunção destes três fatores, porque a Mônada ou a Centelha divina está composta por todos eles, vindo a desmembrar a sua unidade em favor da manifestação da consciência material, e cabendo todavia proceder a sua reintegração no retorno à unidade.

As três correntes (Nadis) de Kundalini, representam afinal estas mesmas energias polarizadas, destinadas a se fundir para gerar o Matrimônio místico ou as Bodas alquímicas. Logo, podemos relacionar estas grandes Escolas do budismo às três iniciações áryas, considerando inclusive a lógica construtiva da iniciação gradual.

a. Hinayana ... Escola do Olho ..... Luz .. Ida (Nadi Lunar) ..... Sul da Índia (paralelo 10)
b. Mahayana .. Escola do Lótus ... Amor .. Suchumna (Nadi neutro) ... Centro da Índia (paralelo 20)
c. Vajrayana .. Escola da Jóia ...... Som .. Pingala (Nadi solar) ..... Norte da Índia (paralelo 30)

Nota-se assim, que a premência de unir a sabedoria com a técnica representou uma demanda árya,visando apurar os elevados desafios da iniciação solar. A tendência humana ao fator emocional é nata, devido à própria natureza da humanidade como reino quaternário. Por isto, a evolução árya demandou um auxílio especial da Hierarquia, que viu nesta raça a oportunidade para dar início à revelação dos Mistérios Maiores, ou seja, aquilo que existe “para além da outra margem” da iluminação, o que pode envolver a própria Civilização em suas metas mais elevadas.

Contudo, hoje vivemos um novo momento racial, e após 2012 no calendário ocidental (quiçá, após 2025 no calendário oriental), uma nova raça-raiz surge nos horizontes da Terra, com suas renovadas possibilidades de iniciação. Na verdade, a quarta iniciação se trata já de uma iluminação verdadeira, alcançada através da apuração das técnicas áryas de ocultismo, sobre as bases das outras energias “tântricas”.

Como sempre acontece, esta nova iniciação surgirá como uma possbilidade natural da evolução coletiva, e também como uma necesidade histórica, visando oferecer respostas às demandas do mundo, inclusive as crises ambientais típicas da transição das raças (dilúvio, etc), geradas pelo materialismo desequilibrador do Kali Yuga.

A iluminação é o mundo do fogo, e sua técnica pode ser descrita sumariamente através do ditado hermético rosacruz “para teres acesso ao fogo, acende uma chama”. Esta chama deve ser como a do fogo trino, com som, luz e amor. O som é descrito como o upadhi (veículo) da energia, por isto o cisne Hamsa é o veículo de Brahma, o deus Criador, e sua consorte é Saraswati, a deusa do conhecimento e da música (ou das artes).

Através do Som sagrado (o OM), da beleza e da harmonia, se alcançam as chaves da superação do universo criado e se tem acesso ao incriado, ao eterno portanto. Que é a meta do universo Futuro de evolução.

Da obra "Símbolos, Mitos e Dogmas do Budismo", LAWS

4 de nov. de 2011

Hilda_Hilst


“Daqui onde estou posso ouvi-lo 
pensando da lucidez de um instante 
à opacidade de infinitos dias, 
posso ouvi-lo pensando 
nas diversas formas de loucura e suicídio. 
A loucura da busca, 
essa feita de círculos concêntricos 
e nunca chegando ao centro, 
a ilusão encarnada ofuscante 
de encontrar e compreender. 
A loucura da recusa, 
de um dizer tudo bem, 
estamos aqui e isto nos basta, 
recusamo-nos a compreender. 
A loucura da paixão, 
o desordenado aparentando ser luz na carne, 
o caos sabendo à delícia, 
a idiotia simulando afinidades. 
A loucura do trabalho e do possuir. 
A loucura do aprofundar-se 
depois olhar à volta e ver o mundo 
mergulhado em matança e vaidade, 
estar absolutamente sozinho no mais profundo.
Amós está? Daqui onde estou posso ouvi-lo
pensando como devo matar-me? 
Ou como devo matar em mim 
as diversas formas de loucura 
e ser ao mesmo tempo 
compassivo e lúcido, 
criativo e paciente, e sobreviver?”


http://www.hildahilst.com.br/

26 de out. de 2011

A Alquimia da Experiência


- Radha Burnier -

A vida é um processo alquímico contínuo. Todas as experiências pelas quais cada um de nós passa têm potencial para facilitar as transmutações da consciência. De fato, a vida significa transmutação, que muitas vezes ultrapassa nossos conceitos e imaginação. No nível físico, forças invisíveis estão transformando continuamente formas e substâncias de maneiras misteriosas. Na maiorias das vezes, estamos inconscientes dessas modificações dinâmicas, que diferenciam a vida da inércia do não-ser.

O nascimento de um sapo é um exemplo do onipresente processo alquímico. Após terem estudado seus vários estágios, os cientistas o descreveram da seguinte maneira: “O sapo coloca seus ovos no que parece uma espuma; cada ovo se divide em dois, depois em quatro e assim por diante. Primeiro surge uma pequena boca; depois aparece uma depressão com a forma do trato intestinal. Em poucas semanas, em progressão ordenada, formam-se as pernas e as outras partes do corpo. O processo foi filmado; visto em movimentação rápida, parecia que algumas células eram tiradas, outras introduzidas e o corpo inteiro formado por ‘mãos invisíveis’.”

A literatura oculta diz que realmente há mãos invisíveis ajudando a criação: as das inteligências menores, que as pessoas chamam de fadas. Além disso, há uma mente trabalhando por trás desse desenvolvimento maravilhoso, que ocorre com cuidadoso planejamento. Ele não pode ser explicado apensa pelo mérito dos genes, porque isso só anteciparia a pergunta: o que dota os genes de poder? Em milhões de árvores e plantas também ocorre, o tempo todo, a transmutação invisível. Externamente vemos o crescimento, a floração e a frutificação. Água, minerais e outros nutrientes absorvidos pelas plantas são transformados em energia essencial à vida física, ao crescimento e à reprodução.

É muito admirada a transformação da lagarta em borboleta, mas poucos sabem o que ocorre dentro do casulo – o que é fantástico, porque os órgãos e os tecidos da lagarta são descartados e uma estrutura completamente nova se desenvolve. Esse é um fenômeno que os cientistas não compreendem. Os órgãos não se desintegram como num corpo morto, mas por meio da atividade dos corpúsculos das plaquetas brancas do sangue (que normalmente atacam as bactérias perigosas que invadem o corpo). Dentro do próprio corpo da lagarta, os tecidos da larva são devorados; ao mesmo tempo, novos órgãos surgem. Como no sapo, essa transformação prossegue passo a passo, indicando um plano, uma mente trabalhando.

A compreensão de que a vida é um processo alquímico, em níveis físicos ou sutis, interfere na maneira como vivemos nossa existência. Cada experiência pela qual passamos tem um papel no processo de transmutar a consciência, o objetivo que está delineado no Plano Divino. Algumas vezes pode-se observar a transformação interna, mas na maioria dos casos ela ocorre de forma oculta. (...)

Quando morreu seu irmão, Krishnamurti derramou lágrimas amargas. Porém, após alguns dias o sofrimento foi transmutado numa profunda compreensão da perda, da morte e do apego, que o encheu de radiante felicidade. Talvez esses sejam casos excepcionais, mas, assim como a cada dia os materiais retirados do solo pela planta são transmutados em seiva, até mesmo as experiências comuns são transmutadas em sabedoria que expande a alma, quando há uma real atenção ao que está ocorrendo. O Dhammapada diz que a inconsciência é uma forma de morte. A conscientização é um processo de renovação constante, sem o qual a vida não é vida.

Extraído da Revista The Theosophist, de julho de 1999
Tradução: Izar G. Tauceda, MST Loja Jehoshua, Porto Alegre, RS

17 de set. de 2011

- Aceitação -


O amor é a linguagem, e a linguagem do amor é silenciosa.

Quando dois amantes estão em profunda harmonia, quando suas vibrações estão simplesmente sincronizadas uma com a outra no mesmo comprimento de onda, então há o silêncio, então os amantes não gostam de conversar. Quando você está num profundo amor, pode segurar a mão do seu amado ou amada, mas permanecerá em silêncio... em completo silêncio, sem nem sequer uma ondulação. Nesse lago sem ondulações da sua consciência, algo é transmitido, a mensagem é dada. Trata-se de uma mensagem sem palavras. 

O Tantra diz que a pessoa precisa aprender a linguagem do amor, a linguagem do silêncio, a linguagem da presença um do outro, a linguagem do coração, a linguagem das entranhas. Nós aprendemos uma linguagem que não é existencial, uma linguagem alienígena; utilitária, é claro, que preenche um certo propósito, mas no que se refere a investigação mais elevada da consciência ela é uma barreira. No nível mais baixo, tudo bem; é claro que no dia-a-dia você precisa de uma certa linguagem, e o silêncio não servirá. Mas quando você se move mais fundo e mais alto, a linguagem não servirá. 

O Tantra diz para aceitar tudo o que você é. Você é um grande mistério de muitas energias multidimensionais; aceite isso e se porte com cada energia com uma profunda sensibilidade, com consciência, com amor, com compreensão. Mova-se com ela! Então cada desejo se torna um veículo para ir além, cada energia se torna uma ajuda; então este mesmo mundo é o nirvana e este mesmo corpo é um templo, um templo sagrado, um lugar sagrado. 

O Tantra diz que não existe nenhuma dualidade. Se existir a dualidade, você não pode uní-las e, não importa quanto você tente, elas permanecerão duas; não importa como você as una, elas permanecerão duas e a luta continuará, o dualismo permanecerá. O Tantra diz que não há dualidade, que ela é apenas uma aparência. Portanto, por que ajudar a aparência a se fortalecer? O Tantra pergunta por que ajudar essa aparência a de dualidade a se fortalecer? Dissolva-a neste exato momento! Seja UM! Através da aceitação você se torna UM, e não através da luta. Aceite o mundo, aceite o corpo, aceite tudo o que for inerente a ele. Não crie um centro diferente em você mesmo, pois para o Tantra esse centro diferente nada mais é do que o ego. Não crie um ego e simplesmente fique consciente do que você é. Se você lutar, então o ego estará presente. O Tantra diz para não lutar! Então não há possibilidade para o ego... Se entendermos o Tantra, haverá muitos problemas, porque para nós, se não houver luta, haverá apenas permissividade. Para nós, nenhuma luta significa permissividade. Mas para o Tantra a permissividade então é a “nossa” permissividade. O Tantra diz para ser permissivo, mas com consciência. 

Você está com raiva... O Tantra não dirá para não ficar com raiva, mas para ficar inteiramente com raiva, mas esteja consciente. O Tantra não é contrário a raiva, mas é apenas contrário ao estado de sono espiritual e à inconsciência espiritual. Esteja consciente e esteja raivoso, e este é o segredo do método: se você estiver consciente, a raiva é transformada e se torna compaixão. A mesma raiva, a mesma energia, se tornará compaixão. Se você lutar com ela, não haverá possibilidade de acontecer a compaixão. Não haverá raiva porque você a reprimiu, mas também não haverá nenhuma compaixão, porque somente a raiva pode ser transformada em compaixão.

O Tantra diz que essas mesmas energias dever ser transformadas; em outra palavras: se você for contra o mundo, não haverá nirvana, porque esse mesmo mundo é o que deve ser transformado no nirvana. Então você estaria contra as energias básicas que são a fonte. Dessa maneira, a alquimia tântrica diz para não lutar, para se amigável com todas as energias que lhe foram dadas. Acolha-as, sinta-se grato por você sentir raiva, por você ter sexo, por você ter ganância. Sinta-se grato porque essas são as fontes ocultas, e elas podem ser transformadas, podem ser abertas. E, quando o sexo é transformado, ele se torna amor, e o veneno desaparece, o que é feio desaparece. A semente é feia, mas quando se torna viva, ela brota e floresce, e então há beleza. 

Para o Tantra, tudo é sagrado. Lembre-se disto: para o Tantra tudo é sagrado, nada é profano. Olhe para isso desta maneira: para uma pessoa irreligiosa, tudo é profano; para uma pessoa pretensamente religiosa, uma coisa é sagrada e outra é profana. O Tantra diz que tudo é sagrado, e é por isso que não podemos entendê-lo. Ele é o ponto de vista não-dual mais profundo – se pudermos chamá-lo de ponto de vista. Ele não é, porque todo ponto de vista fatalmente é dual. Ele não é contra coisa alguma; portanto, não é um ponto de vista, mas uma unidade sentida, uma unidade vivida.

(Osho – partes extraidas do Tantra, O caminho da aceitação)

11 de set. de 2011

Igne Natura:


Com o fogo terrível do Amor podemos 
transformar-nos em Deuses para penetrarmos 
cheios de majestade no Anfiteatro da Ciência Cósmica. .

27 de abr. de 2011

Consciente Coletivo

 SI MESMO 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

____________________

 
Nota: Para outros significados de "Self", consulte Self (desambiguação).
Si mesmo (ing. self, al. Selbst) é um termo que tem uma longa história na psicologia. William James, um dos pais da psicologia, distigue em 1892 entre o "eu", como a instância interna conhecedora (I as knower), e o "si mesmo", como o conhecimento que o indivíduo tem sobre si próprio (self as known)[1]. Baumeister (1993), partindo da definição de James e do trabalho de C. H. Cooley, propõe que o "si mesmo" se baseia em três experiências básicas do ser humano[2]

1. a consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si.
2.a interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si;
3.a capacidade do ser humano de agir.

    Esse conhecimento que o "eu" tem sobre "si mesmo" tem dois aspectos distintos: por um lado, um aspecto descritivo chamado autoimagem e por outro, um aspecto valorativo, a autoestima[3].

    O Si-mesmo em Jung

    Muito conhecido é o uso jungiano do termo. Segundo Carl Gustav Jung, o principal arquétipo é o Si mesmo (ou Self). O Si mesmo é o centro de toda a personalidade. Dele emana todo o potencial energético de que a psique dispõe. É o ordenador dos processos psíquicos. Integra e equilibra todos os aspectos do inconsciente, devendo proporcionar, em situações normais, unidade e estabilidade à personalidade humana. Jung conceituou o Si mesmo da seguinte forma:

    O Si mesmo representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não."


    O arquétipo do si-mesmo, portanto, se manifesta no ser humano principalmente pela via dos instintos. No entanto, certos eventos aparentemente não instintivos e externos ao ser, como alguns tipos de fenômenos psicocinéticos que foram registrados por Carl Jung, assim como as sincronicidades, são também associados à quantidade energética do arquétipo envolvido, que invariavelmente deriva de uma ou outra forma do arquétipo central. Deste modo o si-mesmo pode atuar diretamente sobre a estrutura material e espaço-temporal da natureza, e por este motivo este núcleo arquetípico se confunde com a fonte da ordem física da natureza
    (Rocha Filho, 2007).

    Os símbolos do Si mesmo geralmente ocorrem quando de alguma crise de vida, de um obstáculo com o qual o indivíduo não sabe lidar. Então, ele pode ocorrer nos sonhos ou em outros eventos simbólicos na forma de figuras transcendentais, ilustres personalidades, a "voz" de Deus, etc., ou figuras geométricas, normalmente na forma de mandalas, como a que se encontra abaixo:

       
    Ver Referências em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Si_mesmo

    3 de mar. de 2010

    Transformação


    O Círculo de Mahamudra


    Transformation Tarot Card
    - Sexo -

    O sexo guarda consigo grandes segredos, e o primeiro segredo é - se você meditar verá isso - que a felicidade vem porque o sexo desaparece. E sempre que você estiver naquele momento de felicidade, o tempo também desaparece - se você meditar sobre isso - e a mente também desaparece. E essas são as qualidades da meditação.

    Minha própria observação é que o primeiro lampejo da meditação no mundo deve ter vindo através do sexo, não há outra forma possível. A meditação deve ter entrado na vida através do sexo, pois este é o fenômeno mais meditativo. Se você o entender, se você for fundo nele, se você não o usar apenas como uma droga. Então, aos poucos, lentamente, à medida que a compreensão cresce, o anseio desaparece, e chega um dia de grande liberdade em que o sexo não é mais uma obsessão. Então você se torna silencioso, tranquilo, absolutamente você mesmo. A necessidade do outro desapareceu. Ainda é possível fazer amor se quiser, mas não há mais necessidade. Então será uma espécie de compartilhamento.

    Quando dois amantes estão em um profundo orgasmo sexual, fundem-se um no outro. Então a mulher não é mais a mulher, o homem não é mais o homem. Tornam-se algo similar ao círculo de ying/yang, alcançando um ao outro, encontram-se dentro do outro, dissolvendo-se, esquecendo suas próprias identidades. É por isso que o amor é tão bonito. Esse estado de profunda penetração orgástica é chamado de mudra. E o estágio final do orgasmo com o todo é chamado de Mahamudra, o grande orgasmo. O orgasmo é um estado no qual seu corpo não é mais sentido como matéria. Ele vibra como energia, eletricidade. Vibra tão profundamente, partindo de sua própria fundação, que você se esquece completamente que é algo material. Torna-se um fenômeno elétrico - e é um fenômeno elétrico. Agora os físicos dizem que não há matéria, que toda matéria é apenas aparência e, lá no fundo, o que existe é eletricidade, e não matéria. No orgasmo, você atinge essa camada mais profunda de seu corpo, na qual a matéria não mais existe, apenas ondas de energia, e você se torna uma forma de energia dançando, vibrando. Não haverá mais limites para você - pulsando, mas imaterial. E quem você ama também estará pulsando.

    Aos poucos, se os parceiros se amam e se entregam um ao outro, eles se entregam a esse momento de pulsação, de vibração, de ser apenas energia, e não têm medo. Porque é uma experiência similar à da morte, essa de perder os limites do corpo, quando o corpo se torna algo vaporoso, quando a substância do corpo se evapora e só resta energia, um ritmo muito sutil, mas você se percebe como se não fosse mais. Apenas dentro de um amor profundo alguém pode entrar nesse estado. O amor é como a morte: você morre em relação a se pensar como um corpo. Você morre como um corpo e evolui como energia, energia vital. E quando a mulher e o marido, ou os amantes, ou os parceiros, começarem a vibrar em um certo ritmo, seus corações e seus corpos se juntam em um mesmo ritmo, cria-se uma harmonia e há um orgasmo. Eles não são mais dois.

    Esse é o símbolo do ying e yang: o ying se movendo dentro do yang, o yang se movendo dentro do ying, o homem se movendo dentro da mulher, a mulher movendo-se dentro do homem. Agora formam um círculo e vibram juntos, pulsam juntos. Seus corações não estão mais separados, seus batimentos não estão mais separados: tornam-se uma melodia, uma harmonia. É a música mais fantástica possível. Todas as outras músicas soam pálidas em comparação. Orgasmo é a vibração de dois unidos em um só. Quando a mesma coisa acontece, não com outra pessoa, mas com toda a existência, então é Mahamudra, então é o grande orgasmo.

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