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6 de abr. de 2015

Alma Gêmea


"No nosso universo físico, tudo precisa de um complemento para poder manifestar algum tipo de ação, ou de criação, como os dois pólos de uma tomada para manifestar a luz, a semente e a terra para haver a germinação e assim por diante. O ser humano é um ser dividido, procurando seu complemento, embora possua em si mesmo sua outra parte, seu oposto complementar, pois o ser interior, aquele ser imortal e divino, é polarizado. Este não precisa de alma gêmea. O que leva o ser humano à necessidade da busca da alma gêmea é a própria elevação espiritual. Porque, na verdade, o que é crescimento interior? Crescer interiormente significa levar o foco da consciência cada vez mais para dentro de si mesmo. À medida que isto acontece, a consciência vai se expandindo, porque vai se harmonizando com novas gamas de frequências vibratórias enquanto vai chegando mais perto de seu próprio conteúdo divino. E vem então a ânsia da busca da alma gêmea, isto é, do equilíbrio vibratório que fará com que possa se harmonizar com as gamas de freqüência mais sutis do cosmos, nas quais não existe mais a dualidade na manifestação. As frequências cósmicas são polarizadas e, para interagir com elas, a consciência humana precisa também estar polarizada e é essa necessidade que faz com que busque sem cessar o seu oposto complementar, sua alma gêmea. Quando o foco da consciência atinge, por fim, seu real núcleo interior e divino, cessa a busca da alma gêmea. Ela foi encontrada, enfim, em si mesmo e a pessoa pode se harmonizar com as vibrações mais sutis do cosmo, sem precisar para isto de um equilíbrio através de um complemento fora de si. Ela encontrou o ser total que habita nas profundezas de seu próprio interior e que, como ser polarizado que é, pode finalmente realizar a meta final da Criação: o encontro consciente do Homem com o Todo."

Autor: Márcia Villas-Bôas
Postada em: 17/12/2012

28 de fev. de 2015

O AMOR ALQUÍMICO...



DIÁLOGO PROVÁVEL...

Arno Gruen - À procura de um amor que nunca existiu, insistimos vezes sem fim em esforçar-nos desesperadamente pela nossa auto-destruição.

Etienne Guillé - Eu não penso que para amar é preciso querer amar. Para amar é preciso Ter vontade de ir explorar com toda a lucidez todas as múltiplas facetas do amor tal como um diamante bruto, retirado ...com esforço da terra e no qual podemos imaginar múltiplos brilhos potenciais. Amar não é um dado imediato, directamente acessível, mesmo no caso da mágica paixão à primeira vista.

Arno Gruen - Pensamos que o amor se encontra precisamente onde não podemos obtê-lo. Assim revivemos a recusa sentida do passado e fornecemos a nós próprios a prova repetida de que não há nada para nós.

Etienne Guillé - No verdadeiro casal alquímico, nenhum dos dois componentes se nutre da “substância” do outro, substância tomada no sentido mais nobre do termo. Existe um prodigioso crescimento qualitativo das energias vibratórias do conjunto homem e mulher.
A satisfação das necessidades materiais mesmo não elementares não conduzirá nunca a progressos correspondentes da consciência. O inverso não é verdadeiro, ou seja, não é necessário privar as pessoas a todo o custo, fazê-las sofrer de qualquer modo, para as fazer evoluir, o que significaria que temos que adoptar um comportamento masoquista ou sádico. De facto, penso que existe no casal alquímico uma dinâmica subtil. Pode ser que eu tenha acesso melhor ao meu duplo descobrindo-o no olhar do outro, o olhar do outro desempenhando o papel de espelho para ver a outra face de minha dupla alquimica, e reciprocamente.

Arno Gruen - Se, um dia, o verdadeiro amor acabar por cruzar o nosso caminho, recusamo-lo pensando. "Quem havia de nos amar se somos tão imperfeitos."

Etienne Guillé - Amar é obra de cada instante que se constrói e se tece, com paciência e determinação, tacteando e duvidando, iluminado antecipadamente pelos raios de luz do diamante imaginado. O amor no sentido mais amplo do termo é uma busca contínua, incessante comparável nesse sentido à busca da Pedra Filosofal, com o adendo de que temos um companheiro ou companheira, que somos dois a fazer essa busca, e sabemos talvez melhor onde vamos do que estando sós! Trata-se de um verdadeiro processo de transcendência cujas consequências são múltiplas, principalmente transformações profundas e duráveis de cada um dos componentes do casal. Penso mesmo que esse estado ideal e final do casal alquímico, caracterizado pela fusão dos duplos, continua após a morte física. Mas atenção, eu não digo que tal resultado do casal alquímico seja verdadeiramente realizável.

(Conversa imaginária entre Arno Gruen e Etienne Guillé, baseada nos livros "A loucura da normalidade" e "O Homem entre o Céu e a Terra" - transcrito por Ananda Krishna Lila)

Publicado por rosaleonor

7 de set. de 2013

Ferir-me de beleza...

(...)

"Há em tudo um sentido para além da beleza: e que sinto ainda não consegui desvendar por fraqueza minha, falta de concentração. Parece que o mistério está ali, indefeso, prestes a rebentar, a dar-se, e que a culpa de sua negação é só minha.

Talvez que a beleza seja assim, transcendente. Contendo em si um sentido que não lhe pertence. Mistério que sinto para além do meu poder e que faz a dor da sua contemplação. A inatingível. Dura impossessão.
Talvez que ela seja aqui o único porto de abrigo. Mas aberto somente através do sofrimento. Porque a beleza é pungente.

E é esta a única marca da sua verdade."

in A cidade e o Rio 
de Dalila Pereira da Costa

29 de ago. de 2013

Da Sabedoria

"A palavra é um poder, um grande poder.

A palavra, se usada com profunda concentração,
tem o poder de materializar coisas.
Com a palavra, você pode dar a vida ou a morte;
você gera libertação ou aprisionamento;
o karma que te libera ou o karma que te aprisiona.

Por isso eu tenho insistentemente
lhe convidado a cultivar o silêncio
e a ancorar a presença.

O silêncio, como um sadhana
(prática espiritual regular),
pouco a pouco vai lhe ajudar a ancorar a presença,
para que a partir dela,
nasça o silêncio que é a eloquência de Deus;
aquele que vem com calma e tranquilidade,
com amor e sabedoria.

Tudo que nasce desse silêncio é oração;
 é música e poesia."

Sri Prem Baba

22 de ago. de 2013

UMA (Mesmo Acompanhada)

"Uma mulher - mesmo sozinha - 
é o mundo em movimento.

Tudo nela é circular como o universo. 
Tudo nela é criação como o divino." 

Alves Do Ó

22 de jul. de 2013

Sobre o Amor e Outras Coisas


“A individualidade é bilateral, positiva e negativa; tem uma fase dinâmica e outra estática, e é, portanto, masculina e feminina, ou feminina e masculina de acordo coma relação existente entre “força” e “forma” em sua estrutura. A personalidade, porém, é unilateral e tem um sexo definido." (…) E diz ainda: “que a masculinidade e a feminilidade são sempre relativos nos planos internos, e tal como o vigor físico dos indivíduos que formam um par oscila num sentido ou noutro, o mesmo se pode dar com a sexualidade; assim, um homem pode ser puramente masculino em suas relações com uma mulher e puramente feminino, ou negativo, em suas relações com outra. A forma determina o sexo do indivíduo no mundo físico, porém a força relativa é a que determina nos planos internos; e este facto serve de chave para muita coisa”.

 Dion Fortune Marie-Louize Von Fraz
no seu livro Alquimia que também diz:

 “A experiência da anima para o homem e do animus para a mulher está de facto, inteiramente fora de uma experiência real com um parceiro humano. A extensão em que o parceiro humano desempenha um papel – apenas como uma imagem longínqua ou como uma conexão genuína – varia de caso para caso, mas essa experiência é a suprema experiência, que culmina na experiência de Si – mesmo.”

23 de jun. de 2013

A CISÃO DA CONSCIÊNCIA


A estrutura caracterológica do homem atual (que vem perpetuando uma cultura patriarcal e autoritária desde há entre 4 a 6 mil anos) caracteriza-se por um encouraçamento contra a natureza dentro de si mesmo e contra a miséria social que o rodeia. Este encouraçamento do carácter está na base da solidão, do desamparo, do insaciável desejo de autoridade, do medo, da angústia mística, da miséria sexual, da rebelião impotente, assim como duma resignação artificial e patológica. Os seres humanos adotaram uma atitude hostil àquilo que dentro deles mesmos está vivo, mas de que se afastaram. A origem desta alienação não é biológica, mas social e econômica e não é detetável na história humana antes do surgimento da ordem social patriarcal. 

 WILHEM REICH 
in: A Função do Orgasmo citado por 
Cacilda Rodrigañez Bustos, em O Assalto de Hades

5 de jun. de 2013

Fernando Pessoa

"Crucificação da Rosa -
ou seja no sacrifício da emoção do mundo
(a Rosa, que é o círculo em flor)
nas linhas cruzadas da vontade fundamental,
que formam o substrato do mundo,
não como realidade (que isso é o círculo)
mas como produto do Espírito (que isso é a cruz)."
 
"A dupla essência, masculina e feminina, de Deus - a Cruz.
O mundo gerado, A Rosa, crucificada em Deus"

 
 “No Quinto Império
haverá a reunião das duas forças separadas há muito,
mas de há muito aproximando-se: o lado esquerdo da sabedoria
– ou seja a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual;
e o seu lado direito – ou seja o conhecimento oculto, a intuição,
a especulação mística e cabalística.”

 
 

21 de mai. de 2013

A Separação


Enquanto acreditarmos que precisamos de outra pessoa, causa, coisa, missão, para nos tornarmos inteiros, continuaremos a nos perder na cidade-fantasma de sentimentos, pensamentos e projeções. O universo inteiro está dentro de nós. A energia não se perde; ela transmuta para contribuir para a dança da evolução. 

A finalidade de estarmos encarnados é o regresso à origem. O sussurro do futuro está no feminino. É pela energia feminina que ocorre a manifestação da forma a partir da ausência de forma, mas, para produzir manifestação física, o yin funde-se com o yang e cria o impulso que move e articula as marés cósmicas. 

Só alcançaremos a fusão total com outras formas de consciência se estivermos imbuídos do poder de vida a ponto de o irradiarmos. Senão, vamos projetar ou sugar energias. Quando reforçamos nossa energia radiante, ao mesmo tempo, atraímos os outros e os tornamos livres para nos "seguirem". 

A limpeza do corpo emocional de antigos hábitos negativos é o pré-requisito para o autoconhecimento. Primeiro é preciso recuperar a integridade individual para depois correr o risco de nos rendermos a uma nova energia de fusão.

In: O EGO SEM MEDO
-Chris Griscom-

25 de abr. de 2013

O_Chamado

Mesmo que por mil vezes 
Tenha quebrado seus votos 
- 2x -

Não é de desespero a nossa caravana...

Mesmo que por mil vezes 
Tenha quebrado seus votos 
- 2x -

Não é de desespero a nossa caravana...

Venha, por favor, 
Seja você quem for

Errante ou 
Sedentário,
Delirante ou
Acomodado,
Herege ou
Espirituoso,
Servo  ou 
Orgulhoso,

Descobrem-se todos
Em dia glorioso:

Amantes do conhecimento!

Venham, não é de desespero
Nunca foi 
(A nossa caravana - coro)

Seja você quem for
Um roseiral em flor

Pois cada espinho 
Se embriagou de amor...

Mesmo que por mil vezes 
Tenha quebrado seus votos 
- 2x -

Não é de desespero a nossa caravana...

Mesmo que por mil vezes 
Tenha quebrado seus votos 
- 2x -

Não é de desespero a nossa caravana...

Letra: Thaís Marino 
- adaptada de poesia do Mestre Rumi
Melodia: Thaís Marino

4 de abr. de 2012

Mestre Rumi

- A NOITE DE NÚPCIAS (A UNIÃO) -

Esta noite iremos para o lugar da eternidade.
Esta é a noite de núpcias -
uma união que nunca acaba
do amante e do Amado.
Sussurramos doces segredos um para o outro
e o universo-criança
respira pela primeira vez
E então? Você deseja colocar seu pescoço no grilhão do amor?
Bem, então não reclame da dor e da dificuldade
Apenas vá em direção à isso com a mente calada
No final o seu grilhão enferrujado
Se transformará em uma corrente de ouro
Agora que você está livre deste mundo
O que o faz pensar
que pode permanecer separado dele?
Você não sabe?
No momento em que você se transformou na lua,
você se transformou na mais visível luz do céu
Meu coração se purifica na Sua doce água;
Agora meu amor desabrocha sem espinhos.
Eu ouço que esse amor
é a chave para cada coração.
Mas se não há fechaduras,
para que falar de chaves?
Você deseja a união?
União não é algo que pode ser encontrado no chão
ou comprada no mercado.
A união vem apenas às custas da vida
De outro modo, qualquer pessoa
poderia alcançar a união.
A cada passo que dou
me desfaço de mais um vínculo.
Eu dou uma centena de passos,
os véus caem,
O Amado aparece -
maravilhoso, radiante -
Estou ardendo em paixão!
Oh irmão, você não vê?
É por mim mesmo que eu me apaixono!
Oh Amor,
Quando procuro por você
Eu o encontro procurando por mim.
Quando olho em volta
Encontro os cachos de seu cabelo
em minhas mãos.
Eu sempre pensei que estava bêbado em seu vinho,
Agora eu descobri que seu vinho estava bêbado de mim.
Eu sou o espelho e a face nele.
Eu sou o som e aquele que o canta.
Eu sou a doença e a cura.
Eu sou a doce água
e o copo cheio até a borda.
Sem olhar
eu posso ver todas as coisas dentro de mim.
Por que eu deveria incomodar meus olhos
Agora que posso ver o mundo todo com os Seus?
Um dia nossas almas serão uma
E nossa união será para sempre.
Eu sei que tudo o que dou para você
volta para mim.
Então, eu lhe dou minha vida
esperando que seja Você
a voltar para mim.
Você pede lucro -
não fuja do freguês.
Você pede a lua -
não fuja da noite.
Você pede pela rosa -
não fuja dos espinhos.
Você pede pelo Amado -
não fuja de você.
Não procure por Deus,
Procure por aquele
que procura por Deus.
Mas por que procurar afinal?
Ele não está perdido,
Ele está exatamente aqui,
Tão próximo quanto o próprio ar.
O som maravilhoso
que vem do céu - sou eu.
A doce fragrância
que vem do jardim - sou eu.
A grande beleza
que vem do coração e da alma
Até que eu saia…espere!
Eu não posso sair - sou eu.
Estou preenchido com esplendor,
girando com seu amor.
Parece que estou girando ao seu redor
mas não - eu giro ao redor de mim mesmo.
Durante o dia eu rezava para você
e não sabia.
Durante a noite eu ficava com você
e não sabia.
Eu sempre pensei que eu era eu - mas não,
Eu era você
e não sabia!
Um passo em direção ao seu próprio coração
é um passo em direção ao Amado.
Nesta casa de espelhos
você vê muitas coisas -
Limpe seus olhos,
somente você existe.
Existe uma força interna
Que dá a você a vida -
procure-a.
Em seu corpo
Jaz uma gema sem preço -
procure-a.
Oh sufi andarilho,
se você deseja encontrar
o maior dos tesouros
Não olhe para fora,
Olhe para dentro e encontre-O.
Todo o meu falar é loucura,
cheio de sim's e não's
Durante muito tempo eu bati na porta -
quando ela se abriu eu descobri
que estava batendo por dentro!
Venha, por favor, venha
Seja você quem for
Religioso, infiel, herético ou pagão
Mesmo que tenha feito promessas uma centena de vezes
Mesmo que tenha quebrado suas promessas uma centena de vezes
Esta caravana não é a caravana do desespero
Esta porta está aberta para todos.
Venha, venha seja você quem for.

5 de dez. de 2011

ASPIRAÇÃO

“Alquimizar e curar a relação masculino-feminino 
é a iniciação do nosso tempo e o fundamento do mundo 
ao qual a nossa alma aspira. 
Para além e a através de uma união mais íntima 
do que o conceito solar – lunar, mulher ou homem.”

- Diana Bellego -

4 de nov. de 2011

Hilda_Hilst


“Daqui onde estou posso ouvi-lo 
pensando da lucidez de um instante 
à opacidade de infinitos dias, 
posso ouvi-lo pensando 
nas diversas formas de loucura e suicídio. 
A loucura da busca, 
essa feita de círculos concêntricos 
e nunca chegando ao centro, 
a ilusão encarnada ofuscante 
de encontrar e compreender. 
A loucura da recusa, 
de um dizer tudo bem, 
estamos aqui e isto nos basta, 
recusamo-nos a compreender. 
A loucura da paixão, 
o desordenado aparentando ser luz na carne, 
o caos sabendo à delícia, 
a idiotia simulando afinidades. 
A loucura do trabalho e do possuir. 
A loucura do aprofundar-se 
depois olhar à volta e ver o mundo 
mergulhado em matança e vaidade, 
estar absolutamente sozinho no mais profundo.
Amós está? Daqui onde estou posso ouvi-lo
pensando como devo matar-me? 
Ou como devo matar em mim 
as diversas formas de loucura 
e ser ao mesmo tempo 
compassivo e lúcido, 
criativo e paciente, e sobreviver?”


http://www.hildahilst.com.br/

1 de nov. de 2011

O Tempo e suas Dimensões

O tempo é uma medida? De qual grandeza?


Compreender a natureza do tempo sempre foi um desafio para o homem.

Desde a remota antiguidade ele tenta entender
como um conceito pode ser concreto e abstrato ao mesmo tempo.
Pois assim é o tempo. Podemos mensurá-lo no aqui-agora ou no passado,
ou em um futuro hipotético se prevemos ou planejamos um acontecimento,
o nascimento de uma criança, por exemplo. Ao mesmo passo,
o tempo contém outras características misteriosas
e até mesmo desconhecidas para nós.
O conceito de eternidade, por exemplo.
Ou, ainda, o conceito de acaso - leia-se: sincronicidade.
Jung cunhou esse termo dentro da psicoterapia analítica
referindo-se à percepção do Tao pelo homem ocidental.
O tempo que se lança perpendicularmente fora
da linha passado-presente-futuro, dando-nos como por instantes
a dimensão da unidade - a visão das malhas de Maya
e a compreensão furtiva da eternidade.
Sim, a visão do plano do tempo pode ser
demonstrada pela linha imaginária que traçamos
tão facilmente em nossas mentes,
cortada pela linha da eternidade em seu centro - o agora
- e essa é uma das maiores lições que Jesus Cristo legou para a humanidade.
O tempo pode - e deve - ser vivenciado nesse plano 'atemporal',
o aqui-agora nos traz em infinitude de tudo que
podemos extrair de cada situação, e o olhar justo sobre todas as coisas
abrange à percepção desse mesmo ir e vir infinito.
Para o oriental, o tempo é cíclico.
A vida se sucede em reencarnações necessárias
para a apreensão humana das Leis Eternas dos Imortais.
Refiro-me novamente à Cruz Inscrita e à Roda da Vida.
Mas o que acontece com o homem contemporâneo,
enfatizando-se que não é mais apenas a sua vida
que está em risco, mas a vida de todo o planeta?
Sente-se então esse homem um pobre diabo,
impotente diante da brutalidade daqueles que seriam
os maiores responsáveis por essa destruição maciça e negligente
dos recursos naturais. Outros ainda, fazem "tudo o que podem",
mas apenas o suficiente para satisfazerem suas próprias
"consciências" e não "por acaso" mal acreditando que suas atitudes
possam exercer uma efetiva "diferença" à essa altura do processo
de degeneração da atuação da humanidade sobre o planeta.
Nota-se que eu acentuei "diferença".
Fala-se muito em "diferença" mas a ideia correta seria "soma".
Ou, em outras palavras, queremos ser diferentes para somar-nos.
Integrar-nos. Pois se o homem pode, mesmo crucificado
e entregue à maior liberdade que é o presente momento,
vislumbrar-se do alto de seu destino e perceber
que não está à parte da humanidade,
mesmo sofrendo e cuspido e isolado em seus sentimentos
terá compaixão por esta humanidade,
terá compreensão de que a unidade
é mais do que um conceito científico transcrito
pela atualidade como grande novidade, mas o calvário implícito,
pois todos pereceremos sob este grande Sol esfolados,
todos seremos devorados pelos vermes e pelos abutres da fome, todos.
Do que vale agregar-se à momentos de alegria hostil?
Saia da periferia de seus sentimentos.
A maior dádiva do tempo é a compaixão:
compartilhamos da mesma doença, somos humanos,
e a crença geral é que não temos mesmo mais jeito...
O pessimismo não passa de um egoísmo tolo e infantil.
Estamos atravessando novamente a linha do tempo,
a Nova Era que se anuncia é a de Aquário e seus mananciais espirituais.
2012, virá. Atravessaremos novamente a Linha de Fogo.
Lá onde o tempo se consome e se renova,
perene impermanência imanente.
Somos seres em evolução planetária intensa.
A solução está no sangue que alimenta nossas veias.
Quem se contenta em não se questionar perecerá em um mar de mágoas.
Preso no conceito do tempo linear tentará encontrar em vão a chave para perdoar-se.
Cada irmão salvo cantará como um só coro de otimista sabedoria.
Conhecimento é algo específico,
nem sempre voltado para a verdadeira sabedoria,
e se é, baseia-se num passado de rastros arqueológicos
e mitos sem sentido. O homem antigo sabia das coisas.
Mas o homem de hoje em dia esqueceu de procurar saber.
Está em você. A capacidade de lançar-se é crer.
Teu Destino Vivo em Consonância Cósmica!
Como não ter fé que tudo que for possível será feito?
Com efeito, estamos recrutando-nos à tempo.

Observe seus pensamentos.

Nossa milícia é a paciência com que as pessoas
devem olhar para si mesmas e uma para as outras.

Estamos mudando rapidamente.
O mundo está mudando rapidamente!
A paciência é a Ciência da Paz!


Namastê!

26 de out. de 2011

A Alquimia da Experiência


- Radha Burnier -

A vida é um processo alquímico contínuo. Todas as experiências pelas quais cada um de nós passa têm potencial para facilitar as transmutações da consciência. De fato, a vida significa transmutação, que muitas vezes ultrapassa nossos conceitos e imaginação. No nível físico, forças invisíveis estão transformando continuamente formas e substâncias de maneiras misteriosas. Na maiorias das vezes, estamos inconscientes dessas modificações dinâmicas, que diferenciam a vida da inércia do não-ser.

O nascimento de um sapo é um exemplo do onipresente processo alquímico. Após terem estudado seus vários estágios, os cientistas o descreveram da seguinte maneira: “O sapo coloca seus ovos no que parece uma espuma; cada ovo se divide em dois, depois em quatro e assim por diante. Primeiro surge uma pequena boca; depois aparece uma depressão com a forma do trato intestinal. Em poucas semanas, em progressão ordenada, formam-se as pernas e as outras partes do corpo. O processo foi filmado; visto em movimentação rápida, parecia que algumas células eram tiradas, outras introduzidas e o corpo inteiro formado por ‘mãos invisíveis’.”

A literatura oculta diz que realmente há mãos invisíveis ajudando a criação: as das inteligências menores, que as pessoas chamam de fadas. Além disso, há uma mente trabalhando por trás desse desenvolvimento maravilhoso, que ocorre com cuidadoso planejamento. Ele não pode ser explicado apensa pelo mérito dos genes, porque isso só anteciparia a pergunta: o que dota os genes de poder? Em milhões de árvores e plantas também ocorre, o tempo todo, a transmutação invisível. Externamente vemos o crescimento, a floração e a frutificação. Água, minerais e outros nutrientes absorvidos pelas plantas são transformados em energia essencial à vida física, ao crescimento e à reprodução.

É muito admirada a transformação da lagarta em borboleta, mas poucos sabem o que ocorre dentro do casulo – o que é fantástico, porque os órgãos e os tecidos da lagarta são descartados e uma estrutura completamente nova se desenvolve. Esse é um fenômeno que os cientistas não compreendem. Os órgãos não se desintegram como num corpo morto, mas por meio da atividade dos corpúsculos das plaquetas brancas do sangue (que normalmente atacam as bactérias perigosas que invadem o corpo). Dentro do próprio corpo da lagarta, os tecidos da larva são devorados; ao mesmo tempo, novos órgãos surgem. Como no sapo, essa transformação prossegue passo a passo, indicando um plano, uma mente trabalhando.

A compreensão de que a vida é um processo alquímico, em níveis físicos ou sutis, interfere na maneira como vivemos nossa existência. Cada experiência pela qual passamos tem um papel no processo de transmutar a consciência, o objetivo que está delineado no Plano Divino. Algumas vezes pode-se observar a transformação interna, mas na maioria dos casos ela ocorre de forma oculta. (...)

Quando morreu seu irmão, Krishnamurti derramou lágrimas amargas. Porém, após alguns dias o sofrimento foi transmutado numa profunda compreensão da perda, da morte e do apego, que o encheu de radiante felicidade. Talvez esses sejam casos excepcionais, mas, assim como a cada dia os materiais retirados do solo pela planta são transmutados em seiva, até mesmo as experiências comuns são transmutadas em sabedoria que expande a alma, quando há uma real atenção ao que está ocorrendo. O Dhammapada diz que a inconsciência é uma forma de morte. A conscientização é um processo de renovação constante, sem o qual a vida não é vida.

Extraído da Revista The Theosophist, de julho de 1999
Tradução: Izar G. Tauceda, MST Loja Jehoshua, Porto Alegre, RS

17 de set. de 2011

- Aceitação -


O amor é a linguagem, e a linguagem do amor é silenciosa.

Quando dois amantes estão em profunda harmonia, quando suas vibrações estão simplesmente sincronizadas uma com a outra no mesmo comprimento de onda, então há o silêncio, então os amantes não gostam de conversar. Quando você está num profundo amor, pode segurar a mão do seu amado ou amada, mas permanecerá em silêncio... em completo silêncio, sem nem sequer uma ondulação. Nesse lago sem ondulações da sua consciência, algo é transmitido, a mensagem é dada. Trata-se de uma mensagem sem palavras. 

O Tantra diz que a pessoa precisa aprender a linguagem do amor, a linguagem do silêncio, a linguagem da presença um do outro, a linguagem do coração, a linguagem das entranhas. Nós aprendemos uma linguagem que não é existencial, uma linguagem alienígena; utilitária, é claro, que preenche um certo propósito, mas no que se refere a investigação mais elevada da consciência ela é uma barreira. No nível mais baixo, tudo bem; é claro que no dia-a-dia você precisa de uma certa linguagem, e o silêncio não servirá. Mas quando você se move mais fundo e mais alto, a linguagem não servirá. 

O Tantra diz para aceitar tudo o que você é. Você é um grande mistério de muitas energias multidimensionais; aceite isso e se porte com cada energia com uma profunda sensibilidade, com consciência, com amor, com compreensão. Mova-se com ela! Então cada desejo se torna um veículo para ir além, cada energia se torna uma ajuda; então este mesmo mundo é o nirvana e este mesmo corpo é um templo, um templo sagrado, um lugar sagrado. 

O Tantra diz que não existe nenhuma dualidade. Se existir a dualidade, você não pode uní-las e, não importa quanto você tente, elas permanecerão duas; não importa como você as una, elas permanecerão duas e a luta continuará, o dualismo permanecerá. O Tantra diz que não há dualidade, que ela é apenas uma aparência. Portanto, por que ajudar a aparência a se fortalecer? O Tantra pergunta por que ajudar essa aparência a de dualidade a se fortalecer? Dissolva-a neste exato momento! Seja UM! Através da aceitação você se torna UM, e não através da luta. Aceite o mundo, aceite o corpo, aceite tudo o que for inerente a ele. Não crie um centro diferente em você mesmo, pois para o Tantra esse centro diferente nada mais é do que o ego. Não crie um ego e simplesmente fique consciente do que você é. Se você lutar, então o ego estará presente. O Tantra diz para não lutar! Então não há possibilidade para o ego... Se entendermos o Tantra, haverá muitos problemas, porque para nós, se não houver luta, haverá apenas permissividade. Para nós, nenhuma luta significa permissividade. Mas para o Tantra a permissividade então é a “nossa” permissividade. O Tantra diz para ser permissivo, mas com consciência. 

Você está com raiva... O Tantra não dirá para não ficar com raiva, mas para ficar inteiramente com raiva, mas esteja consciente. O Tantra não é contrário a raiva, mas é apenas contrário ao estado de sono espiritual e à inconsciência espiritual. Esteja consciente e esteja raivoso, e este é o segredo do método: se você estiver consciente, a raiva é transformada e se torna compaixão. A mesma raiva, a mesma energia, se tornará compaixão. Se você lutar com ela, não haverá possibilidade de acontecer a compaixão. Não haverá raiva porque você a reprimiu, mas também não haverá nenhuma compaixão, porque somente a raiva pode ser transformada em compaixão.

O Tantra diz que essas mesmas energias dever ser transformadas; em outra palavras: se você for contra o mundo, não haverá nirvana, porque esse mesmo mundo é o que deve ser transformado no nirvana. Então você estaria contra as energias básicas que são a fonte. Dessa maneira, a alquimia tântrica diz para não lutar, para se amigável com todas as energias que lhe foram dadas. Acolha-as, sinta-se grato por você sentir raiva, por você ter sexo, por você ter ganância. Sinta-se grato porque essas são as fontes ocultas, e elas podem ser transformadas, podem ser abertas. E, quando o sexo é transformado, ele se torna amor, e o veneno desaparece, o que é feio desaparece. A semente é feia, mas quando se torna viva, ela brota e floresce, e então há beleza. 

Para o Tantra, tudo é sagrado. Lembre-se disto: para o Tantra tudo é sagrado, nada é profano. Olhe para isso desta maneira: para uma pessoa irreligiosa, tudo é profano; para uma pessoa pretensamente religiosa, uma coisa é sagrada e outra é profana. O Tantra diz que tudo é sagrado, e é por isso que não podemos entendê-lo. Ele é o ponto de vista não-dual mais profundo – se pudermos chamá-lo de ponto de vista. Ele não é, porque todo ponto de vista fatalmente é dual. Ele não é contra coisa alguma; portanto, não é um ponto de vista, mas uma unidade sentida, uma unidade vivida.

(Osho – partes extraidas do Tantra, O caminho da aceitação)

11 de set. de 2011

Igne Natura:


Com o fogo terrível do Amor podemos 
transformar-nos em Deuses para penetrarmos 
cheios de majestade no Anfiteatro da Ciência Cósmica. .

4 de mai. de 2011

70. Orientação

Zen Tarot Card

Tirar uma carta?

Você sente necessidade de procurar orientação, porque não sabe que o seu guia interior está escondido dentro de você. É necessário encontrar esse guia interior, que eu chamo de "a sua testemunha". Chamo também de "o seu dharma", seu buda intrínseco. É preciso acordar esse buda, e a sua vida será banhada de bênçãos, de graças. Sua vida tornar-se-á radiante de bem, de divindade, muito mais do que você seria capaz de imaginar.

É quase como luz. Se o seu quarto está escuro, basta trazer luz. Até uma pequena vela servirá: toda a escuridão desaparece. Tendo uma vela, você saberá onde fica a porta. Não precisará pensar: "Onde está a porta?". Só quem é cego pergunta onde está a porta. Gente que tem olhos e dispõe de luz nem pensa nisso. Alguma vez você já se perguntou onde fica a porta...!? Você simplesmente levanta e sai. Não dedica um pensamento sequer a semelhante questão. Nem começa a tatear procurando a porta, ou a bater a cabeça contra a parede. Você simplesmente vê, e não existe nem mesmo um lampejo de pensamento: você simplesmente sai.

Osho God is Dead: Now Zen is the Only Living Truth Chapter 7

Comentário:

A figura angelical que aparece nesta carta, com asas coloridas como o arco-íris, representa o guia que cada um de nós traz dentro de si. Como acontece com a segunda figura, no plano de fundo, algumas vezes nós podemos relutar em confiar nesse guia quando ele se manifesta, porque estamos acostumados a receber nossos "sinais" mais do mundo exterior do que de dentro de nós mesmos.

A verdade do seu próprio ser mais profundo está tentando mostrar-lhe o caminho a seguir neste exato momento, e, quando esta carta aparece, significa que você pode confiar na orientação interior que lhe está sendo dada. Esta orientação vem por meio de sussurros, e algumas vezes podemos hesitar, sem saber se compreendemos corretamente.

As indicações, porém, são claras: seguindo o seu guia interior você se sentirá mais pleno, mais integrado, como se estivesse se movimentando a partir do centro do seu próprio ser. Se você a acompanhar, essa célula de luz o conduzirá exatamente para onde você precisa ir.

3 de mar. de 2010

Transformação


O Círculo de Mahamudra


Transformation Tarot Card
- Sexo -

O sexo guarda consigo grandes segredos, e o primeiro segredo é - se você meditar verá isso - que a felicidade vem porque o sexo desaparece. E sempre que você estiver naquele momento de felicidade, o tempo também desaparece - se você meditar sobre isso - e a mente também desaparece. E essas são as qualidades da meditação.

Minha própria observação é que o primeiro lampejo da meditação no mundo deve ter vindo através do sexo, não há outra forma possível. A meditação deve ter entrado na vida através do sexo, pois este é o fenômeno mais meditativo. Se você o entender, se você for fundo nele, se você não o usar apenas como uma droga. Então, aos poucos, lentamente, à medida que a compreensão cresce, o anseio desaparece, e chega um dia de grande liberdade em que o sexo não é mais uma obsessão. Então você se torna silencioso, tranquilo, absolutamente você mesmo. A necessidade do outro desapareceu. Ainda é possível fazer amor se quiser, mas não há mais necessidade. Então será uma espécie de compartilhamento.

Quando dois amantes estão em um profundo orgasmo sexual, fundem-se um no outro. Então a mulher não é mais a mulher, o homem não é mais o homem. Tornam-se algo similar ao círculo de ying/yang, alcançando um ao outro, encontram-se dentro do outro, dissolvendo-se, esquecendo suas próprias identidades. É por isso que o amor é tão bonito. Esse estado de profunda penetração orgástica é chamado de mudra. E o estágio final do orgasmo com o todo é chamado de Mahamudra, o grande orgasmo. O orgasmo é um estado no qual seu corpo não é mais sentido como matéria. Ele vibra como energia, eletricidade. Vibra tão profundamente, partindo de sua própria fundação, que você se esquece completamente que é algo material. Torna-se um fenômeno elétrico - e é um fenômeno elétrico. Agora os físicos dizem que não há matéria, que toda matéria é apenas aparência e, lá no fundo, o que existe é eletricidade, e não matéria. No orgasmo, você atinge essa camada mais profunda de seu corpo, na qual a matéria não mais existe, apenas ondas de energia, e você se torna uma forma de energia dançando, vibrando. Não haverá mais limites para você - pulsando, mas imaterial. E quem você ama também estará pulsando.

Aos poucos, se os parceiros se amam e se entregam um ao outro, eles se entregam a esse momento de pulsação, de vibração, de ser apenas energia, e não têm medo. Porque é uma experiência similar à da morte, essa de perder os limites do corpo, quando o corpo se torna algo vaporoso, quando a substância do corpo se evapora e só resta energia, um ritmo muito sutil, mas você se percebe como se não fosse mais. Apenas dentro de um amor profundo alguém pode entrar nesse estado. O amor é como a morte: você morre em relação a se pensar como um corpo. Você morre como um corpo e evolui como energia, energia vital. E quando a mulher e o marido, ou os amantes, ou os parceiros, começarem a vibrar em um certo ritmo, seus corações e seus corpos se juntam em um mesmo ritmo, cria-se uma harmonia e há um orgasmo. Eles não são mais dois.

Esse é o símbolo do ying e yang: o ying se movendo dentro do yang, o yang se movendo dentro do ying, o homem se movendo dentro da mulher, a mulher movendo-se dentro do homem. Agora formam um círculo e vibram juntos, pulsam juntos. Seus corações não estão mais separados, seus batimentos não estão mais separados: tornam-se uma melodia, uma harmonia. É a música mais fantástica possível. Todas as outras músicas soam pálidas em comparação. Orgasmo é a vibração de dois unidos em um só. Quando a mesma coisa acontece, não com outra pessoa, mas com toda a existência, então é Mahamudra, então é o grande orgasmo.

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